segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dá-me um abraço ?


Dá-me um abraço ?

Um abraço cura a alma. E tudo o que cura a alma só pode fazer bem ao corpo. 

No abraço, duas almas se tocam de modo muito profundo. É o momento em que dois corações podem bater mais perto um do outro. E duas almas se encontram numa cósmica troca de energias. Coração com coração, alma com alma. 

Falo do abraço verdadeiro, e não de um cumprimento protocolar. O  abraço de protocolo é apenas cordialidade fraterna, ou respeitoso cumprimento. O abraço do qual falo é entrega, troca: duas pessoas dão de si mesmas o que há de melhor num ato generoso de oferta mútua. E não precisa ser troca de igual para igual: pode o triste abraçar o alegre, o zangado ser abraçado pelo pacífico, o rico abraçar o pobre. O que importa é que ambos, ao abraçarem-se, sentem-se como se fossem um. 

O pastor  encontra-me na rua. Aproxima-se e abraça-me, dizendo: "Que bom foi encontrá-lo, eu precisava mesmo de um abraço hoje!". Além de pastor, trabalha como psicólogo. Ele sabe como o abraço cura mesmo a alma. Eu estava bem aquele dia. Mas fiquei melhor depois daquele abraço!

Na celebração da última ceia, o discípulo João reclinou a cabeça no peito de Jesus. As Escrituras falam de João como  "o discípulo a quem Jesus amava". Na última ceia, reclinar a cabeça no peito de Jesus foi sua forma de abraçá-lo. 

O marido chega em casa, à noite. Aguarda as crianças irem dormir, ele e a mulher assistem televisão e vão para a cama. O marido quer sexo esta noite, e começa a ofertar carinhos à esposa. A esposa foge do sexo. Não por falta de vontade, mas talvez porque tudo o que ela quer e precisa, mais do que o sexo, seja um longo, forte, silencioso e caloroso abraço, que o marido não lhe dá faz tempo. Faz tempo que ela espera este abraço. Porque um abraço, além de curar a alma, alimenta o amor.

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