A Dor De Quem Não Ama A Si Mesmo
É possível amar alguém que não ama a si mesmo? É viável ficar perto de quem sabe que você sofre com o comportamento auto-destrutivo e, mesmo assim, faz questão de se destruir na sua frente, alimentando comportamentos viciosos como alcoolismo, drogas ou recusa a um tratamento que sabe precisar?
O amor deve permanecer, sim, mas se eu insistir em ficar perto demais de quem amo e se destrói, acabo por me destruir também. Repare neste trecho de uma música, de uma conhecida banda brasileira:
"Tudo é dor/ E toda a dor/ Vem do desejo/ De não sentirmos dor..."
O sábio iniciado na iluminação é aquele que não depende do estado de um outro alguém para sentir-se bem. Eu, como a maioria dos leitores do que escrevo, imagino, ainda não sou assim. Ainda dependo do bem estar de quem amo para estar bem também. Ainda sofro mais do que deveria quando vejo alguém que amo sofrendo. Mas estou no Caminho, estou na busca. E quem busca, encontra, pois disse o Cristo:
"Aquele que procura, encontra..." (Evangelho de São Mateus, 7.8)
Quando sofro por causa de meus próprios desatinos, bastam um jogo de futebol, uma xícara de café, o sorriso de uma criança e um abraço para que eu mesmo encontre a cura dentro de mim. Ou apenas um desses elementos, seguidos de um silêncio em que encontro o Divino. Mas quando sofro por quem amo, parece que os lutadores Vítor Belfort e Anderson Silva se juntaram para me esbofetear. Primeiro, um de cada vez. Depois, os dois juntos.
Ainda estou no Caminho. Procuro o caminho de poder amar sem a necessidade do bem estar do outro, um ponto de equilíbrio em que eu possa amar e ajudar sem me destruir com o sofrimento de quem eu amo nem perder meu entusiasmo e alegria. O Divino que está em mim, e também está em você, me acompanha na busca. E, como disse o Cristo, aquele que procura, encontra!
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